À espera de Bacurau


É ao mesmo tempo que se chega e se parte de Bacurau ao vermos a placa que indica o povoado onde se diz: Bacurau 17Km - Se for, vá na paz. O que chega é sempre o que parte, isto é, outro, o que adentra um determinado limite, mas não faz parte deste limite, que possui uma identidade, mas é outra identidade, mesmo que aquele que entra seja o mesmo que partiu há pouco ou muito tempo e está de volta. Não importa, é sempre outro, aquele que produz uma abertura no limite do ser tornando-o sem limite.

A placa que avisa àquele que chega que Bacurau está perto não demarca apenas o limite de uma terra mapeada como um território. Ela é um limite àquele que vai ao povoado e pressupõe, como todo limite, uma escolha, de adentrar ou não ele, ultrapassar ou não a fronteira invisível que separa o povoado do resto do mundo. Só podemos ir à Bacurau se for na paz e se não for na paz, o que nos espera em Bacurau? O que esperamos de Bacurau se não formos na paz? A guerra e a morte, literalmente.

Aquele que avista Bacurau distante há 17Km  sabe o que esperar de Bacurau dependendo de como ele chega nela, em geral, tenso, entre a vida e a morte, a paz e a guerra, chegando em paz e saindo em guerra. É a tensão entre vida e morte, paz e guerra, chegar e partir que domina quem chega em Bacurau, sempre no limite do ser sem limite diante do outro à espera do que pode acontecer no povoado, ao atravessar sua fronteira invisível demarcada pela advertência na placa. Uma fronteira que se demarca e se apaga constantemente na tensão na medida em que se chega na paz e se parte dela constantemente.

Chegar em paz, partir em paz. É ao mesmo tempo que se chega em Bacurau no caminhão pipa com Erivaldo e Teresa, o primeiro que partiu dela há pouco tempo e a segunda que partiu há muito tempo, e que se sai do povoado com Carmelita, morta, velada dentro de casa na cama de seu quarto por seus parentes, dentre eles sua neta Teresa, e fora de casa pelo povo que a vela no povoado. Nova advertência para aquele que chega, pois é a morte que o espera em Bacurau, não uma morte pressuposta, mas literal, que aconteceu, está ali presente no morto e em todos aqueles que se aproximam dela e se apresenta neles para além dos limites de suas vidas, já dentro deles, adentrando a vista e a vida de todos sem ser vista, que a se veja ali, no morto, e em sua vida como uma possibilidade. É a morte que nos espera em Bacurau desde o princípio quando atravessamos as fronteiras da povoado e aquela que esperamos ao chegar nele em paz como adverte a placa.

Se for, vá em paz, eis como devemos chegar em Bacurau e como devemos partir dele com a morte. Antes mesmo de chegarmos no povoado, a morte se anuncia com os cachões na estrada caídos por cima dos quais o caminhão de água em que vão Erivaldo e Teresa passam por cima e a morte começa a tensionar a vida. A morte em Bacurau que se aproxima e que desde então já não pode ser esquecida por aquele que chega e é outro quando a morte se anuncia assim como o povoado na placa advertindo-se para ir em paz.

Bacurau é a morte que nos espera e ao mesmo tempo esperamos e ao atravessar a fronteira prevista pela placa já não se pode deixar de esperar. Contudo, é também a morte que não esperamos, que não queremos esperar, que aparece na estrada inesperadamente e em Bacurau quando chegamos, nós, que acompanhamos com olhos atentos a chegada do caminhão-pipa que leva água para os vivos e também para os mortos. Erivaldo e Teresa que voltam para o povoado já esperam a morte, nós não, ela está à nossa espera sem que a esperemos assim como Bacurau na qual não sabemos o que esperar.

Esperamos Bacurau e a morte sem saber o que esperar de ambos, o que advém depois, amanhã. Um amanhã que se está presente no tempo está também ausente dele, dentro e fora do seu limite, antecipando-se e em sua antecipação abrindo o tempo em si mesmo para um tempo por vir, que é outro, que chega e que vai ao mesmo tempo. Assim como aquele que chega em Bacurau amanhã, isto é, de manhã com o caminhão-pipa e vai com ele, Erivaldo, indo e voltando, como um barqueiro das águas que traz a vida e morte consigo quando chega crivado de balas anunciando a morte por vir, amanhã, em Bacurau. Morte que já está presente não por menos desde ontem, desde o princípio, ao se dizer bacurau e se ouvir em seu nome a morte entoada dizendo-se amanhã-eu-vou como outro nome para bacurau, o pássaro que dá título ao povoado, como prenúncio da morte que chega segundo a lenda da Carimbamba, carimbamba que é também outro nome para o pássaro bacurau.

Segundo esta lenda, uma menina chamada Rosabela escuta todas as noites o carimbamba-bacurau-amanhã-eu-vou cantar até o amanhecer na beira de um lago até que seus pais resolvem mandá-la embora preocupados por todas as noites ela fazer isso. Ao voltar para a casa dos pais depois de algum tempo, ela escuta novamente o canto do pássaro e vai sonâmbula ao seu encontro na lagoa e se afoga em suas águas e canto do pássaro. O canto do carimbamba é, assim, um canto de morte, um encanto da morte, que leva aquele que o escuta até a morte que diz amanhã-eu-vou àquele que o escuta e que é ao mesmo tempo o canto daquele que a escuta também dizendo amanhã-eu-vou em retardo, retardando a morte ao mesmo tempo que esta anuncia sua ida ao seu encontro.

É ao mesmo tempo que a morte chega e é adiada no canto do carimbamba como amanhã-eu-vou. O carimbamba é também chamado de curiango advindo de kurianga, palavra da língua angolana kimbundo, que quer dizer preceder, isto é, o canto que precede a morte e já a traz em si antecipadamente, morte que vem e que é o que devora, como é dito também num outro nome para o mesmo pássaro bacurau também chamado de ju-jau pelos indígenas tupi-guarani na medida em que ju é vir e jahu é aquele que devora ou comilão. E nada mais comilão que a morte há de se dizer que devora a todos quando chega e cuja chegada é senão um devorar, chegar devorando, chegar matando como quem chega a bacurau para matar, estrangeiro como a morte, estranho como ela, outro como si que chega sem ser esperado e está ali sem ser percebido até que chega e, consigo, a morte.

A morte sempre precede, antecipa, chega inesperada àqueles que à esperam sem a esperar, sem querer esperá-la, fingindo que ela não está ali, presente, entre eles, passando por cima dela no cotidiano até que aparece à cavalo na frente daqueles que não a esperam, repentina, em disparada, no meio da noite escura como o canto do bacurau dizendo amanhã-eu-vou e ao mesmo tempo amanhã-eu-venho. Os cavalos que chegam à noite em bacurau trazem no seu encalço a morte que virá amanhã, de manhã, ao amanhecer, como o amanhecer de um novo dia no qual não se vive mais, mas se morre a cada instante. Amanhã é a morte prenunciada hoje, adentrando o tempo de vida de quem vive sua vida no povoado de Bacurau e não sabe que a morte chegou, está presente entre eles e chega até eles a todo momento, à cavalo e também no caminhão-pipa crivado de balas ao chegar no povoado sem deixar rastro de onde vieram as balas, de onde vem a morte, que chega também de moto trilhando a região até chegar no povoado, encaminhando a morte que não tarda a chegar e chega antes do esperado, sem ninguém perceber, quando mais mortos são encontrados e a morte aparece estampada no rosto de cada habitante do povoado em espanto e temor.

Os cavalos que trouxeram a morte de madrugada ao povoado de Bacurau são os mesmos que encaminham a ela nos seus arredores quando dois de seus moradores vão levá-los aos donos e a morte se faz presente de múltiplas formas e chega até eles de moto. Eles se encaminham para a morte sem saber mesmo sabendo quando um dos dois diz que vão morrer, pois não há como escapar da morte quando ela chega, aparece em sua frente, está diante dela e atrás dela ao mesmo tempo, morto, tendo ultrapassado o seu limite a partir do qual já não se pode mais voltar. Eles foram atrás da morte, mesmo advertidos que não fossem, e ela se colocou diante deles sem que pudessem mais fugir.

Da primeira morte em Bacurau às mortes de quem vivia numa fazenda em seus arredores até estas duas, já são muitas as mortes, mas ainda há mais por vir. Lembremos, a morte cantada por bacurau é comilona, a todos devora, e aqueles que ainda vivem são devorados por ela sem perceberem e a carregam consigo no seu encalço ou na traseira do jipe como Acácio a leva como pacote, dando carona aos dois amigos moradores recém devorados por ela. Acácio cujo apelido é Pacote e que é senão outro nome da morte como aquela que empacota, e cujo apelido dado àquele é senão por ele empacotar, isto é, matar diversas pessoas como assassino. É preciso, enfim, empacotar os mortos, isto é, encaixotá-los ou encaixãotar todos eles, colocá-los num dos caixões que chegam constantemente à Bacurau em caminhões cientes de que ali a morte habita em cada habitante e chega a qualquer momento como os caminhões de caixões no povoado sem se esperar.

Não são poucos os caixões que chegam, pois não são poucos os mortos por vir. Os caixões anunciam não apenas as mortes e não somente uma morte por vir, solitária, como a de Carmelita no início do filme. Mortes que não tardam em chegar e chegam de dia e de noite, para crianças e para adultos, e em relação às quais todos se colocam em prontidão à espera de quando virá, o que será em breve, muito breve, sempre em breve ademais para aquele que está vivo e nunca sabe quando a morte vai chegar a si ou a outro e vão até ela, estranha, estrangeira, porém, já fazendo parte de si.

Se em princípio pode-se dizer que a morte vem de fora com os estranhos numa moto e estrangeiros que desejam matar os habitantes de Bacurau, a morte também vem de dentro do povoado, pois os estranhos habitam o mesmo país que os bacurauenses, o Brasil no caso, habitantes do sul do país, e os estrangeiros, um alemão e outros estadunidenses, já estão em Bacurau desde o início e não a matam de fora e, sim, de dentro, como vírus, parasitas, hóspedes a fazer refém e a matar seus hospedeiros. A morte nunca é estranha ou estrangeira totalmente neste sentido, nunca vem de fora totalmente, mas de dentro também, daquele que é mortal e se encaminha a ela assim como ela se encaminha a si, que está à sua espera mesmo que nunca a espere, pois não sabe quando vai chegar. Ser mortal é hospedar a morte em si tornando-se refém dela e à sua espera, de quando morrerá, quando a morte vai chegar a si vindo de fora, como algo que não faz parte de sua vida, mas desde o princípio nele, advindo de dentro de si, imperceptível até se fazer presente em si cedo e tarde demais para lhe escapar.

À espera da morte sem saber quando vai chegar, os habitantes de Bacurau se preparam escondendo-se e se armando contra ela de todas as maneiras. A morte não é mais estranha, pois os dois estranhos estão mortos, e eles não mais estranham a morte que sabem que vai chegar a qualquer momento. Agora, a morte é apenas estrangeira, chega de outra terra, de uma terra estrangeiraextraterrestre, com pessoas desconhecida por eles com as quais a morte chega até si e para a qual eles vão até ela a cada instante de suas vidas desde o momento em que ela não é mais estranha, ainda que nada saibam dela e perguntem a si como para aqueles que os encaminham à morte: por que estão fazendo isso?

Não há motivos para a morte quando ela chega, quando as mortes chegam em Bacurau. A morte acontece sempre sem explicação, chega sem explicação, estranha, estrangeira, extraterrestre, outra em relação à vida que se conhece, conhece-se a si mesma, cotidiana. A morte é um acontecimento que não é possível ser explicado por aqueles que esperam sua chegada e por aqueles que a trazem consigo, vindo de fora de Bacurau, mas também de dentro de Bacurau, pois a morte habita todos, devora todos desde o princípio. As mortes que se sucedem em Bacurau são todas sem explicação, anunciadas de fora nos ouvidos daqueles que são estrangeiros e dentro daqueles que vivem no povoado, indizível e intraduzível.

Pode-se ouvir a morte se anunciar em seu nome-canto onomatopaico bacurau, amanhã-eu-vou, carimbamba, ju-jau, curiango, mas não se consegue saber o que diz, traduzir o canto da morte em palavras, pois a morte se expressa senão enquanto morte, isto é, em si mesma. É em si mesma, de modo exterior, e em si mesmo, de modo interior, que a morte se expressa em Bacurau, em nós, na vida. Fora e dentro como um canto indizível e intraduzível que nos encanta com seu mistério, repetindo seu canto de amanhã-eu-vou até o fim da vida como a Rosabela, não importa o quanto nos separemos e esqueçamos seu cantos, esqueçamos a morte que nos vem também no sono, inconsciente, levando-nos a si.

Se se pode celebrar e deve-se celebrar o filme Bacurau, de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, é, todavia, pela luta da vida contra a morte que nele se expressa com os habitantes do povoado Bacurau lutando contra os estranhos e estrangeiros que querem matá-los, e mais ainda por Bacurau expressar uma vida antes mesmo de qualquer luta, evitando a luta, não pensando em lutar. Uma vida que independe da luta contra a morte, que se faz antes mesmo de se pensar em morrer, que evita a morte antes de saber dela, que se vai morrer e ainda mais quando se sabe que vai morrer. Vida que é um eterno retorno a si mesma em sua autonomia, que ordena a si mesma, que se ordena sem a necessidade de outro, sem a necessidade da morte, sem que o outro signifique morte, pois também o outro é autônomo, ordena-se em sua vida, autonomia-se em sua autonomia, dá a si um nome, um nome próprio que é também um nome comum, outro nome, como Acácio ao se chamar Pacote. Um outro que já faz parte da ordem da autonomia, que é a própria autonomia no ato de cada um se autonomear, e não um outro contrário à ela, que a quer submeter à autonomia à sua própria ordem, a uma heteronomia, à morte, outro como oposto, negação, negativo, inimigo da vida autônoma.

Esta vida autônoma que resiste a qualquer heteronomia que expresse a morte como ordem em relação à vida aparece em Bacurau bem antes da morte aparecer nela estranha e estrangeira. É a vida na convivência dos cidadãos expressa em meio à morte a qual sucumbem a cada momento. É a vida no caminhão-pipa que vai e vem trazendo água para suas bocas sedentas distribuindo-a a todos. É a vida no ônibus escolar destruído que serve de viveiro de plantas. É a vida do professor que usa a tecnologia no sertão para ensinar os estudantes, mas também mostra para eles o mundo fora de sala de aula, oralmente, repassando a tradição. É a vida cultural na capoeira, cantoria, em bebedeira, em sexo sem vergonha, em corpos sem vergonha de aparecerem e serem vistos nus e travestidos, a vida de crianças brincando com a imaginação a qualquer hora do dia e da noite. É a vida celebrada em sua diversidade de pensamento ao se dizer quem quiser, pode pegar, mesmo sabendo que se pode fazer mal. É a vida em sua natureza com gatos, cachorros, cavalos, plantas, resistindo à quentura do sertão. É a vida que não se põe em luto com a morte e prefere o prazer de viver a viver sem o prazer devotando a vida à morte numa igreja, pois esta está fechada há muito tempo como depósito de caixão numa representação clara do que nela se deposita, corpos já mortos de prazer e de vida. É a vida que não se submete ao discurso político e prefere silenciar ou esbravejar, e melhor ainda dialogar, ensinar em vez de discursar a quem quer que seja seu pensamento para que ele se reproduza em seu logocentrismo. É a vida que se autonomia história e se apresenta no museu aberto a todos, todos os dias, para quem quiser ver quando chegar a Bacurau, onde as armas estão depostas e a morte rendida totalmente pela vida em sua autonomia, sem se render à morte se não for para melhorar como canta a música-hino do filme Bacurau, pois há tanta vida pra viver, com tanto pra se fazer, com tanto para se salvar. Um vida que resiste ir à morte, à luta contra a morte e diz amanhã-eu-vou, deixe estar, pra que se matar? Para que nos matar? Por que você está fazendo isso?

Todavia, esta vida expressa em Bacurau de modo autônomo independente da morte, por fim, não pode escapar da morte à qual vamos senão em paz, desarmados, por já não podermos enfrentá-la, desarmados quando estamos diante de si. Não pode escapar à morte do outro e como outra, onde a vida autônoma perde o sentido para uma heteronomia, a heteronomia da morte, sem qualquer perspectiva de vida para além dela, sem qualquer possibilidade de se pensar numa vida sem a morte, após a morte, pois quando a morte chega é já para ela que todos se voltam, à sua espera a qualquer momento, em insegurança quanto ao amanhã. É a morte sem qualquer explicação que se apresenta não apenas em Bacurau como também em outros lugares do Brasil nas execuções públicas anunciadas na televisão do povoado, nas telas de dispositivos quando se anunciam a morte de perseguidos como inimigos, mas também mortes que acontecem no resto do mundo de onde vem os estrangeiros e são anunciadas em pontos eletrônicos no ouvido como pontos de um jogo de vida e morte do qual participam e envolve a todos no mundo, e entram no jogo também os habitantes de Bacurau que passam, assim como os estrangeiros, a jogarem a vida contra a morte, a vida em direção à morte, para ver quem se salva depois dela, quem se mantém vivo.

A morte que chega em Bacurau e no Brasil chega também no mundo e somente no mundo chega a morte. Não existe morte fora do mundo. O fora do mundo é o fora também da morte quando ela é celebrada mais do que sofrida com a partida que produz quando chega, quando se celebra a chegada da morte mais do que a partida com ela como o que nos transporta para outro mundo, o mundo dos mortos, diferente do mundo em que vivemos. Chegar em Bacurau é chegar à morte e ao mesmo tempo partir de Bacurau morto, quando a vida autônoma se volta para a heteronomia da morte e esta deixa de ser uma celebração para ser uma alternativa à vida, ou mesmo, quando não se tem mais a alternativa, nem de chegar nem de partir, viver ou morrer, pois é matar ou morrer e morre-se sempre, de morte matada ou de morte morrida.

À espera de Bacurau daqui há alguns anos é à morte que esperamos, uma morte a qual vamos em em paz, em vida, celebrando nossa partida para ela, para a morte, em Bacurau, quando já não é mais possível uma vida sem a morte, sem lutar contra a morte, quando não há mais autonomia, pois a morte é o que nos espera a qualquer momento em sua ordem, como ordem de outro, heteronomia no ouvido, dizendo que devemos morrer. Mas se temos que morrer como assim determina a morte que não seja para matar o outro, por uma morte do outro e por outro que não traz melhoria nenhuma, que seja morrer para melhorar. E todos vamos morrer, enfim, para melhorar e quem não entende, não perde por esperar, a morte ensina a morrer na terra onde cada um jazerá adubando uma nova vida, pois a vida sempre retorna depois da morte e deve retornar independente da morte como vida em sua autonomia, em seu eterno retorno a si para além da morte que à espreita a cada dia e à qual a vida a cada dia amanhã-eu-vou, bacurau, ju-jau, curiango, carimbamba, ninguém há de me calar, calar a vida, nem mesmo a morte quando se morre para melhorar.

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