O ser semente
Como uma semente que desabrocha na terra e a partir de si gera-se a vida assim é o ser em sua necessidade de ser semente.
Talvez esta imagem pareça simples demais para expressar a necessidade de todos os seres ainda mais que é a imagem de uma vida que tão simplesmente vegeta e permanece durante toda sua existência num mesmo lugar sem se mover a não ser pelas intempéries do tempo e cuja morte não seria propriamente sentida nem por si nem por ninguém na maioria das vezes, a não ser pelo ser que é gerado a partir da necessidade de uma semente se tornar necessário para outros seres em sua vida. Todavia, ao nos referirmos à vida é aos seres vegetais que nos remetemos por fim e em princÃpio já que, por mais que a terra a partir de si como uma grande semente produza toda uma riqueza mineral tão pouco seus minérios adquirem a importância de uma vida, podendo serem mesmo deixado à parte dela, se não fosse uma necessidade econômica que eles adquiriram com o tempo, mesmo não sendo forjados do carvão como o diamante ou outro cristal, mas sendo algo não menos importante atualmente como o silÃcio sem o qual toda a indústria da informática não seria possÃvel e tão pouca a existência que temos a partir dela. Podemos pensar a vida a partir das bactérias e tudo nelas, mas a vida não é todavia um simples agir em si mesmo de modo reprodutivo, duplicando-se indiscriminadamente como células ainda que isto possa ser pensado como semear, pois lhe falta algo necessário à vida, que é o gerar a vida em si mesma a partir de si como um ser vivo além de si mesmo e que emerge de si mesmo. É, em princÃpio e por fim, o que acontece com a mais simples percepção de uma erva daninha que emerge da terra em seu verdume que nos faz perceber a vida, de que há vida em algum lugar, de que algo está vivo, no movimento de seu emergir a partir de uma semente que por mais que tenha sido posta ali por acaso, foi forjada pelo tempo e com o tempo que tornou necessária a semente e uma planta a partir dela para que esta pudesse sobreviver em novas sementes.
Geralmente quando se pensa numa semente, pensa-se nela como o inÃcio da vida, o que é natural. Contudo, ela é não por menos o que representa o fim da vida de uma planta e toda a sua necessidade de se sobreviver. Uma planta surge necessariamente de uma semente, mas não pode vir a surgir novamente se ela mesma não gerar uma semente a partir de si mesma ao se transformar em planta. Neste sentido, toda a planta gerada a partir de uma semente tem a necessidade de gerar outra semente e caso não consiga, ela deixa de existir, no caso, não em si mesma, no seu próprio tempo, mas para além de si mesma, para além de sua vida em seu tempo, no tempo. Há uma necessidade da semente em se tornar planta, mas há, por sua vez, uma necessidade maior ainda dela se tornar semente novamente, desabrochada numa flor como pólen ou envolta de um fruto que não serve para o prazer humano mais do que para proteger a semente e a vida dela além no tempo e que não apenas é proteção dela, mas também seu alimento ao cair no chão e apodrecer dando à semente os nutrientes necessários para sua nova vida.
É nas plantas que encontramos, assim, a concepção completa de um ciclo da vida ou mesmo da vida como um ciclo que é o da semente em seu germinar-se, em seu fazer-se semente a partir da planta que se torna um meio para a vida de uma semente a outra, ou de uma semente a si mesma em seu ser, sua necessidade e sua identidade. Pois se tem algo que determina a vida em seu ciclo é o ser gerado por necessidade em sua identidade a partir da semente e determinado em sua existência tal como é a partir dela, o que isto é mais um motivo para se considerar a vida a partir de toda a vegetação das plantas, pois a terra não determina propriamente os seus minerais ela mesma como uma semente deles e tão pouco as bactérias criam um ciclo necessário para usa sobrevivência tornando-se outra para vir a tornar-se a si mesma. Eles simplesmente se formam uma a partir das outras sem diferirem em seu processo de formação e tudo aquilo que existe na terra também que surge não a partir de si mesma como uma semente que os já contém em germe, mas por calor, frio, erosão, fusão, aglomeração que seus diversos elementos que se unem assim como se unem nas sementes também diversos seres, mas não extraem de si um ser em si mesmo, pois o minério não gera outro minério, isto é, nada diferente de si mesmo, e tão pouco tem necessidade disto em sua esterilidade, tal como as bactérias que não diferem de si senão quando são combatidas por antibióticos diferenciando-se em si mesma.
O fato de que cada planta somente pode ser gerada a partir de uma semente demonstra como surge o ser de modo necessário em sua identidade ou a identidade do ser não podendo ser diferente do que é a partir de sua semente, mas necessitando ser diferente, tendo que se transformar-se no tempo modificando a semente que o gera para se tornar mais forte às intempéries da vida que o rodeiam. O que isto também é uma necessidade das sementes que ao gerarem a vida a partir de si mesmas buscam senão fortalecê-la cada vez mais e as sementes que surgem a partir das plantas que emergem delas são já sementes mais fortes do que foram as que fizeram gerar a planta. Nisto há uma necessidade do ser em sua identidade a partir da semente em se manter, uma necessidade que é não somente de geração dele a partir da semente, mas de manutenção dele a partir dela, uma relação de troca do ser com sua semente em que ela determina o que ele é e ele não por menos também a determina de modo que nunca é a mesma semente que retorna à terra, tão pouco a mesma planta que emerge em vida dela. Cada semente determina o ser, mas o ser também determina a semente necessária para que ele se mantenha e assim o ciclo da vida não é sempre o mesmo havendo uma mutação necessária de uma semente a outra para que a vida se mantenha firme e forte em sua existência no tempo e além nele. Há um diferir em toda necessidade do ser em sua identidade desde a semente e sem o qual não há nenhuma possibilidade da vida ser gerada novamente numa nova semente.
Se a semente determina o ser necessariamente deste modo, não há tão pouco a necessidade da semente que o ser gera ser igual à semente que o gerou. Nenhuma semente é igual a outra semente, por mais que o ser gerado a partir dela seja visto como o mesmo, pois ela se modifica com o tempo e o ser dela gerado, com o ser dela planta no tempo, ou ainda, com o devir dela como ser-planta no tempo até vir a ser semente novamente como uma outra semente, não a mesma a depender do tempo que a modifica em si mesma. E se se diz aqui de uma semente a outra semente por economia, deve-se ter em mente que se uma planta é gerada a partir de uma semente tão pouco ela gera apenas uma semente em seu florescer e frutificar, mas uma multiplicidade de sementes que são depostas na terra e que simplesmente não vêm a ser, não devem ser, não geram ser a partir de si, não carregam em si a necessidade do ser, da vida. Não se pode dizer, porém, que sejam inférteis, mas que a necessidade do ser não se satisfez nelas. Sua infertilidade não é um problema congênito, ainda que possa acontecer, pois é devido ao fato delas não serem fertilizadas a contento e, portanto, não gerarem o ser a partir de si, porém, contendo o ser em si em germe como um milho que não pipocou na panela por não ser devidamente aquecido. A necessidade do ser a partir da semente não é uma simples necessidade de existir, é uma necessidade de tudo que a faça existir e quando tudo o faz existir ele simplesmente existe como um gramÃnea ou planta frondosa com frutos suculentos para animais e seres humanos e toda a vida se expressa no verde de suas folhas, beleza de suas flores e sabores de seus frutos. Mas quando esta necessidade não acontece, tão pouco a semente deixa de ser semente, continua a ser semente, uma semente que não veio a ser planta e outra semente tão somente e sua necessidade de ser basta-se em si mesma.
Mas qual a necessidade do ser da semente? O que faz da semente necessariamente ser algo diferente dela mesma enquanto planta para vir a ser ela de novo como outra semente? O que a faz diferir em si mesma gerando a partir de si o ser de uma planta a partir do qual ela se gera novamente e assim sempre que a necessidade a impelir? Donde provém esta necessidade do ser a partir da semente? Do ser semente?
O tempo gera esta necessidade, ou ainda, o próprio tempo é esta necessidade da semente vir a ser planta, se afirmar como planta para vir a ser semente novamente. O tempo quer dizer, neste caso, aquilo que é necessário para a semente gerar o ser a partir de si como algo necessário porque o tempo assim o faz necessário. É o existir da semente no tempo, por um determinado tempo, na terra, que a faz gerar a partir de si mesma a planta como o ser que a gera em contrapartida no ciclo da vida. E se há uma necessidade disto é porque a semente necessita disto em seu tempo de existência e porque não pode evitar esta necessidade mesma, é o que se coloca como seu ser semente, ser si mesma para além de um ser em si mesma e para si mesma como planta, do ser e da vida.
A semente é já um ser, neste caso, e não somente aquilo a partir do qual o ser é gerado em si mesmo e para si mesmo também a partir da semente. A semente é o puro ser em sua necessidade de ser, uma necessidade do ser independente do que venha a ser em si e para si mesmo ou para ela mesma. É um puro ser na medida em que sua necessidade não advém de uma utilidade ou mesmo de uma relação de troca, dela por si mesma em igualdade ou diferença em uma nova semente a partir de um devir-ser-planta a partir de si. É um puro ser em sua necessidade simplesmente porque é uma semente, algo que existe na terra por uma necessidade que é senão a necessidade da própria vida, aquilo que a vida necessita para existir.
Toda vida necessita de uma semente para existir, o que quer dizer que a semente, qualquer semente, de uma planta ou de esperança, é necessária para a vida existir e é preciso pensarmos em sermos sementes da vida depositadas na terra para que a vida advenha sempre a cada amanhã. É uma necessidade mesma que se produza sementes para que haja amanhã, pois se não se produzir sementes destruindo simplesmente os seres que as produzem a partir delas, não haverá não apenas sementes, mas também vida a partir delas, ainda que haja amanhã sem vida alguma na terra. Há, por fim, uma necessidade do ser semente, de sermos sementes a gerar a partir de nós as sementes do amanhã não importa que planta venhamos a ser, rizomáticas ou arborescentes, gramÃneas ou árvores frondosas com flores e frutos, pois é a vida em seu ciclo no tempo que importa em seu ser.
Geralmente quando se pensa numa semente, pensa-se nela como o inÃcio da vida, o que é natural. Contudo, ela é não por menos o que representa o fim da vida de uma planta e toda a sua necessidade de se sobreviver. Uma planta surge necessariamente de uma semente, mas não pode vir a surgir novamente se ela mesma não gerar uma semente a partir de si mesma ao se transformar em planta. Neste sentido, toda a planta gerada a partir de uma semente tem a necessidade de gerar outra semente e caso não consiga, ela deixa de existir, no caso, não em si mesma, no seu próprio tempo, mas para além de si mesma, para além de sua vida em seu tempo, no tempo. Há uma necessidade da semente em se tornar planta, mas há, por sua vez, uma necessidade maior ainda dela se tornar semente novamente, desabrochada numa flor como pólen ou envolta de um fruto que não serve para o prazer humano mais do que para proteger a semente e a vida dela além no tempo e que não apenas é proteção dela, mas também seu alimento ao cair no chão e apodrecer dando à semente os nutrientes necessários para sua nova vida.
É nas plantas que encontramos, assim, a concepção completa de um ciclo da vida ou mesmo da vida como um ciclo que é o da semente em seu germinar-se, em seu fazer-se semente a partir da planta que se torna um meio para a vida de uma semente a outra, ou de uma semente a si mesma em seu ser, sua necessidade e sua identidade. Pois se tem algo que determina a vida em seu ciclo é o ser gerado por necessidade em sua identidade a partir da semente e determinado em sua existência tal como é a partir dela, o que isto é mais um motivo para se considerar a vida a partir de toda a vegetação das plantas, pois a terra não determina propriamente os seus minerais ela mesma como uma semente deles e tão pouco as bactérias criam um ciclo necessário para usa sobrevivência tornando-se outra para vir a tornar-se a si mesma. Eles simplesmente se formam uma a partir das outras sem diferirem em seu processo de formação e tudo aquilo que existe na terra também que surge não a partir de si mesma como uma semente que os já contém em germe, mas por calor, frio, erosão, fusão, aglomeração que seus diversos elementos que se unem assim como se unem nas sementes também diversos seres, mas não extraem de si um ser em si mesmo, pois o minério não gera outro minério, isto é, nada diferente de si mesmo, e tão pouco tem necessidade disto em sua esterilidade, tal como as bactérias que não diferem de si senão quando são combatidas por antibióticos diferenciando-se em si mesma.
O fato de que cada planta somente pode ser gerada a partir de uma semente demonstra como surge o ser de modo necessário em sua identidade ou a identidade do ser não podendo ser diferente do que é a partir de sua semente, mas necessitando ser diferente, tendo que se transformar-se no tempo modificando a semente que o gera para se tornar mais forte às intempéries da vida que o rodeiam. O que isto também é uma necessidade das sementes que ao gerarem a vida a partir de si mesmas buscam senão fortalecê-la cada vez mais e as sementes que surgem a partir das plantas que emergem delas são já sementes mais fortes do que foram as que fizeram gerar a planta. Nisto há uma necessidade do ser em sua identidade a partir da semente em se manter, uma necessidade que é não somente de geração dele a partir da semente, mas de manutenção dele a partir dela, uma relação de troca do ser com sua semente em que ela determina o que ele é e ele não por menos também a determina de modo que nunca é a mesma semente que retorna à terra, tão pouco a mesma planta que emerge em vida dela. Cada semente determina o ser, mas o ser também determina a semente necessária para que ele se mantenha e assim o ciclo da vida não é sempre o mesmo havendo uma mutação necessária de uma semente a outra para que a vida se mantenha firme e forte em sua existência no tempo e além nele. Há um diferir em toda necessidade do ser em sua identidade desde a semente e sem o qual não há nenhuma possibilidade da vida ser gerada novamente numa nova semente.
Se a semente determina o ser necessariamente deste modo, não há tão pouco a necessidade da semente que o ser gera ser igual à semente que o gerou. Nenhuma semente é igual a outra semente, por mais que o ser gerado a partir dela seja visto como o mesmo, pois ela se modifica com o tempo e o ser dela gerado, com o ser dela planta no tempo, ou ainda, com o devir dela como ser-planta no tempo até vir a ser semente novamente como uma outra semente, não a mesma a depender do tempo que a modifica em si mesma. E se se diz aqui de uma semente a outra semente por economia, deve-se ter em mente que se uma planta é gerada a partir de uma semente tão pouco ela gera apenas uma semente em seu florescer e frutificar, mas uma multiplicidade de sementes que são depostas na terra e que simplesmente não vêm a ser, não devem ser, não geram ser a partir de si, não carregam em si a necessidade do ser, da vida. Não se pode dizer, porém, que sejam inférteis, mas que a necessidade do ser não se satisfez nelas. Sua infertilidade não é um problema congênito, ainda que possa acontecer, pois é devido ao fato delas não serem fertilizadas a contento e, portanto, não gerarem o ser a partir de si, porém, contendo o ser em si em germe como um milho que não pipocou na panela por não ser devidamente aquecido. A necessidade do ser a partir da semente não é uma simples necessidade de existir, é uma necessidade de tudo que a faça existir e quando tudo o faz existir ele simplesmente existe como um gramÃnea ou planta frondosa com frutos suculentos para animais e seres humanos e toda a vida se expressa no verde de suas folhas, beleza de suas flores e sabores de seus frutos. Mas quando esta necessidade não acontece, tão pouco a semente deixa de ser semente, continua a ser semente, uma semente que não veio a ser planta e outra semente tão somente e sua necessidade de ser basta-se em si mesma.
Mas qual a necessidade do ser da semente? O que faz da semente necessariamente ser algo diferente dela mesma enquanto planta para vir a ser ela de novo como outra semente? O que a faz diferir em si mesma gerando a partir de si o ser de uma planta a partir do qual ela se gera novamente e assim sempre que a necessidade a impelir? Donde provém esta necessidade do ser a partir da semente? Do ser semente?
O tempo gera esta necessidade, ou ainda, o próprio tempo é esta necessidade da semente vir a ser planta, se afirmar como planta para vir a ser semente novamente. O tempo quer dizer, neste caso, aquilo que é necessário para a semente gerar o ser a partir de si como algo necessário porque o tempo assim o faz necessário. É o existir da semente no tempo, por um determinado tempo, na terra, que a faz gerar a partir de si mesma a planta como o ser que a gera em contrapartida no ciclo da vida. E se há uma necessidade disto é porque a semente necessita disto em seu tempo de existência e porque não pode evitar esta necessidade mesma, é o que se coloca como seu ser semente, ser si mesma para além de um ser em si mesma e para si mesma como planta, do ser e da vida.
A semente é já um ser, neste caso, e não somente aquilo a partir do qual o ser é gerado em si mesmo e para si mesmo também a partir da semente. A semente é o puro ser em sua necessidade de ser, uma necessidade do ser independente do que venha a ser em si e para si mesmo ou para ela mesma. É um puro ser na medida em que sua necessidade não advém de uma utilidade ou mesmo de uma relação de troca, dela por si mesma em igualdade ou diferença em uma nova semente a partir de um devir-ser-planta a partir de si. É um puro ser em sua necessidade simplesmente porque é uma semente, algo que existe na terra por uma necessidade que é senão a necessidade da própria vida, aquilo que a vida necessita para existir.
Toda vida necessita de uma semente para existir, o que quer dizer que a semente, qualquer semente, de uma planta ou de esperança, é necessária para a vida existir e é preciso pensarmos em sermos sementes da vida depositadas na terra para que a vida advenha sempre a cada amanhã. É uma necessidade mesma que se produza sementes para que haja amanhã, pois se não se produzir sementes destruindo simplesmente os seres que as produzem a partir delas, não haverá não apenas sementes, mas também vida a partir delas, ainda que haja amanhã sem vida alguma na terra. Há, por fim, uma necessidade do ser semente, de sermos sementes a gerar a partir de nós as sementes do amanhã não importa que planta venhamos a ser, rizomáticas ou arborescentes, gramÃneas ou árvores frondosas com flores e frutos, pois é a vida em seu ciclo no tempo que importa em seu ser.
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