A vida e morte da filosofia

Hoje é o dia de celebrar os mortos, mas também uma nova vida para mim. Não por considerar a morte a possibilidade de uma nova vida de fato, mas porque há 18 anos eu parti de Fortaleza onde vivia com minha família e abandonei a universidade e fui morar na cidade em que nasci, Pentecoste, mas na qual nunca vivi. E exatamente em 2 de novembro de 1999, que voltei a viver em Fortaleza com meus pais, voltei à universidade e me tornei filósofo ao buscar um sentido para minha vida desde esta data.

Entre a partida e meu retorno foram apenas alguns meses, de junho a novembro, um tempo que eu precisava para mim, mas que todos nós também precisamos para manter a cabeça no lugar, um tempo de purgação de todo o mal que se sente diante de tudo que acontece com a nossa vida. Um tempo de reconhecimento de si mesmo, de tudo que se é, de uma fortificação de tudo que é bom em si, que é um bem para nós. Um tempo de revigoração do corpo e revitalização da alma com a concentração de forças em uma perspectiva única, a da vida em si mesma.

Enquanto muitos têm motivos para lembrar dos mortos e se entristecer com a ausência deles, não consigo simplesmente fazer isto, mesmo tendo mortos muito queridos lembrados neste momento. Apenas consigo lembrar de meu retorno à vida, a mim mesmo nela, sem renascer de novo, pelo contrário, tendo consciência plenamente da morte que a natureza nos impõe como medida inevitável, um método, um meio de transformação da vida em si mesma. Uma morte que metaforicamente foi o que vivi durante este breve tempo em que parti, quando morri de um certo modo para todos e também para mim, e me tornei diferente em minha vida.

Não é fácil suportar a morte, aceitar que ela é, paradoxalmente, algo presente, mesmo que para muitos signifique ausência, a perda, o ocultamento de tudo, e, devido a isto, a dor, a tristeza, o desespero, a infelicidade de não ter quem ama consigo. Presente, a morte é aquilo que para muitos torna tudo que é vivo ausente e, principalmente, o sentido da vida que desaparece ao menor aparecimento dela. Pois simplesmente falta um caminho a percorrer após seu acontecimento, mesmo que muitos caminhos sejam determinados para melhor aceitá-la. Caminhos metafísicos da alma definidos pelas diversas religiões, mas também pela filosofia, em particular a do filósofo grego Platão, que, apoiado nos órficos, fez da filosofia em si mesma, isto é, da filosofia verdadeira, aquela que todos devem seguir, a sua própria filosofia, fez dela uma preparação para a morte em sua obra Fédon na qual descreve o último diálogo de Sócrates com seus discípulos, no qual Platão não estava presente.

Existem motivos históricos óbvios pelos quais Platão não esteve presente neste momento tão singular da história da filosofia e da Grécia antiga, quando um de seus mais ilustres personagens morreu acusado de perversão da juventude, descrença nos deuses (impiedade) e invenção de um novo deus sem autorização dos religiosos da época, no caso a invenção do seu daímôn (Daemon), que era mais uma relação particular de Sócrates com a divindade através da filosofia por assim dizer do que propriamente um deus. Mas que Platão não ouvisse da boca do próprio Sócrates suas últimas palavras como filósofo e como ser humano ocultam uma verdade há muito esquecida, a de que ele simplesmente não conseguia suportar a perda de seu mestre, o personagem principal de quase todos os diálogos escritos por si, de toda a filosofia que ele tornou presente nas praças públicas de Atenas e em diversos lugares particulares com seus discípulos.

O Fédon, obra máxima para mim de Platão, não é uma descrição apenas dos últimos momentos da filosofia socrática, da morte literalmente dela em sua palavra viva, oral, falológica. Ele é a descrição da origem da filosofia platônica em toda sua essência, em toda sua Ideia e, enquanto esta, de toda sua verdade, beleza, de todo o seu bem e sua justiça. É a verdadeira, bela e justa homenagem do discípulo ao mestre, o último bem que ele renderia a Sócrates em seus escritos, por mais que ele figurasse em muitos outros e, no principal a seguir, A República, onde Sócrates renasce, mas já não é mais o mesmo, pois foi purgado pela Ideia platônica da vida que se é voltada para o conhecimento em si mesmo como foi a vida de Sócrates é uma vida agora idealizada objetivamente, não uma vida que foi a de Sócrates ou que é em sua existência, mas uma vida que deve ser, uma vida já determinada em sua essência por uma Ideia totalmente contrária à aparência que ela tem enquanto vida em seu existir.

O Fédon não é, deste modo, uma obra apenas sobre a morte de Sócrates e de sua filosofia a partir do logos concretizado na fala, logocêntrico, como diria Derrida, ele é também sobre a vida de Platão e de sua filosofia a partir do logos agora idealizado a partir da escrita ou de uma escritura. Já não é mais a filosofia dos diálogos de Sócrates em sua presença diante dos atenienses e de seus discípulos que se ouve vivamente na ágora, no aqui e agora do instante presente, mas a filosofia da dialética dos personagens que se interpõem em suas falas escritas por Platão no papel e forma que desempenham em sua Ideia de filosofia. Já não é mais a filosofia de Sócrates enquanto ser humano na terra, mas a filosofia de Platão sobre Sócrates enquanto ser-num-mundo determinado idealmente de modo objetivo por si, um mundo de essência em vez de um mundo de aparência no qual ele vivia em Atenas que é o mundo da política, da religiosidade e mesmo da filosofia voltada para a natureza em seu devir, em sua mudança constante sem nunca chegar a ser este mundo de aparência algo verdadeiro.

O a-partamento produzido por Platão com seu mundo de Ideias a partir do Fédon, isto é, a separação e ligação ao mesmo tempo produzida por seu mundo de Ideias em relação ao mundo das coisas por assim dizer, o mundo material em que vivemos nesta terra enquanto seres humanos, é o início da tentativa dele de compreender a partir de sua filosofia tudo aquilo que Sócrates apenas ensejou em seus questionamentos. É o momento de separação e ligação ao mesmo tempo também do discípulo com seu mestre, de seu a-partamento com toda a filosofia até então produzida por Sócrates, mas também pelos primeiros filósofos, e é também a maior investida filosófica até então diante dos outros saberes sobre o mundo produzidos pelos poetas e seus mitos. É, enfim, o momento de um a-partamento originário da filosofia, no qual ela mesma se origina a partir de uma Ideia num mundo, a de Platão propriamente sobre a própria filosofia como preparação para a morte, como preparação dele mesmo para ela, no caso, para a morte de seu mestre, Sócrates, e de sua filosofia, algo que ele começou a fazer nos diálogos que antecedem o Fédon, no caso, Eutífron, Apologia de Sócrates e Críton marcando o passo fúnebre de Sócrates até o momento em que foi obrigado pela lei, isto é, pelos outros, a se matar envenenando-se com cicuta na prisão.

É a partir destas obras e não simplesmente do Fédon que começa a preparação para a morte defendida por Platão como a própria filosofia, no caso, sua filosofia como questionamento da morte de Sócrates e de tudo envolvida nela, o questionamento das acusações sofridas por si que não estariam de acordo com a realidade de sua vida, da própria vida tal como ela deveria ser idealmente. Uma vida que não pode morrer, que deve ser eterna, que permanece virtuosa e verdadeiramente, bela, justa, como um bem em si mesmo. É este questionamento que se pode lê em Eutífron quando Platão discute já neste diálogo todo o problema da acusação de Sócrates e enfrenta os saberes de seus principais algozes, os poetas cujos mitos educam a vida ateniense de modo inquestionável e expressam deste modo a verdade ela mesma, alétheia, aquilo que não pode ser esquecido ou mesmo se fazer esquecer como Sócrates fora acusado de fazer indiretamente em sua filosofia pelo seu modo de falar sobre os deuses dos mitos poéticos questionando suas verdades. É em Eutífron que Platão antecipa toda a discussão do julgamento de Sócrates antes mesmo dele acontecer, discutindo como a justiça pode se fazer presente, como devem ser apurado os fatos para que a verdade seja revelada enquanto alétheia. É toda a preparação para o julgamento que pode levar a morte de Sócrates que Platão antecipa e cujo resultado ele antecipa ao final deste diálogo com palavras proféticas, isto é, cheias de um sentido por vir, do por vir que há de vir para o qual se prepara, a morte de Sócrates a qual ele antecipa em suas palavras de despedida de Eutífron sem a piedade esperada deste e dos religiosos e poetas como Meleto dizendo ironicamente ao partir:
Sócrates: Vais partir, meu caro amigo? Então, destruirá a grande esperança que alimentava de aprender de ti o que é piedoso e o que não é. Eu pretendia livrar-me da acusação de Meleto mostrando-lhe que, tendo sido instruído por Eutífron a respeito dos assuntos divinos, não me arriscava a, por desconhecimento, introduzir inovações nesses assuntos e pretendia, de agora em diante, levar uma vida melhor. (PLATÃO, 1999, P. 56. Coleção Os pensadores)

A Apologia de Sócrates, ou mesmo, a defesa que Platão faz de Sócrates em seu julgamento perante os juízes de Atenas, 501 cidadãos atenienses acima de 31 anos para ser exato que o julgaram diretamente como juízes em uma assembleia mais representativa do que a de qualquer Estado hoje em dia, tal defesa é, diante das últimas palavras de Sócrates em Eutífron, uma defesa já resignada do mestre e do discípulo diante do seu julgamento e de sua morte prevista, pois Sócrates, e Platão mais ainda, tem ciência (episteme) de que não haverá absolvição, mesmo que ambos venham a atacar diretamente os que acusam. O Sócrates ideal de Platão e que todos conhecem, se é de fato este que devotou sua vida à filosofia e à cidade de Atenas, e ainda à religiosidade em seus rituais públicos, é também um Sócrates humano que vive à margem da vida pública, que tem seus pensamentos privados e que afronta aqueles que mais lhe acusam, os que têm poder em Atenas. E era este Sócrates humano que estava diante da justiça tão bem pensada pelos atenienses em seu método de acusação e julgamento, no qual ambas as partes são ouvidas e contraditas em suas falas e cabe sempre à assembleia em sua maioria absoluta decidir. O que, neste sentido, não havia dúvidas de que Sócrates teve um julgamento justo, onde todas as opiniões tinham um mesmo peso e foi simplesmente a medida matemática em sua exatidão que decidiu sua vida, com a maioria de 280 dos 501 juízes votando pela sua condenação, ainda que tenha sido pouca a diferença de votos.

As palavras resignadas de Sócrates àqueles que o absolveram na Apologia que faz Platão demonstram para si e para todos que a justiça foi feita, isto é, a justiça que esperavam aqueles que o acusaram, não a que ele próprio concebia, que era a justiça divina, a única piedosa e verdadeira de fato para si, a quem ele apela em última instância antes de partir para a morte em suas últimas palavras depois de um longo discurso no qual praticamente dialoga com si mesmo ao mesmo tempo que fala a seus ouvintes discípulos:

Bem, é chegada a hora de partirmos, eu para a morte, vós para a vida. Quem segue melhor destino, se eu, se vós, é segredo para todos, exceto para a divindade. (PLATÃO, 1999, p. 97. Coleção Os pensadores)

Toda a resignação de Sócrates e Platão que foi até então apenas esboçada diante dos acontecimentos e da morte iminente se torna totalmente presente no diálogo Críton quando Sócrates, preso à espera da execução, penalizado pelos acontecimentos e pela morte que há de vir dialoga com Críton e este incita-o constantemente a fugir a ela, a fugir da prisão para se manter vivo, para o bem de todos os seus discípulos, amigos do seu saber, e de Críton em particular que sofre com sua futura partida, sua morte prevista. O sofrimento de Críton que é senão o de Platão contrasta com a Ideia firme e perene de Sócrates de aceitar tacitamente a pena de morte segundo a lei, não necessariamente imposta a si, mas sugerida por Ânito diante da acusação de impiedade para impedir que os jovens não fossem mais pervertidos pelos ensinamentos socráticos, pena que Sócrates não aceitou, mas forçou a lhe darem ironicamente, logo depois se resignando a ela por ser já velho, ter vivido demais enfim.

Se Sócrates tem firme em sua consciência a Ideia de que não deve fugir à morte, à pena e à lei, se resignando diante dela, é porque ele tem ciência de que a lei em si mesma de qualquer República o perseguiria e que ele não conseguiria viver à margem da lei, esconder-se dela mesma, de sua verdade. Uma lei que dominava já a si e transparece em sua fala a Críton de modo absoluto falando em nome dela, como se fosse ela mesma num diálogo interior, numa dialética de opiniões em sua própria alma, fazendo-o desconsiderar qualquer discurso contrário a ela que o leve a fugir de sua pena e se tornando para ele a verdade (alétheia) enquanto lei que ele deve obedecer em piedade, que não pode mais ser esquecida por si, tão pouco ocultada, e que por ela foi condenado e é culpado independente de para onde fosse. Ele não podia fugir à lei humana a determinar sua morte que se manifestava agora para si em palavras em sua alma com toda violência sobre o seu pensamento, como se manifestaria a seguir em seu corpo, e que ele declarava em oposição a Criton que foi obrigado a se resignar à morte do mestre como Sócrates fizera antes em seu julgamento e fez novamente dizendo em suas últimas palavras a Críton:
Sócrates: - Parece-me, amigo Críton, ouvir essas palavras como os iniciados nos mistérios dos coribantes acreditam ouvir as flautas, e o som dessas palavras fere com tanta violência meus ouvidos que torna para mim impossível ouvir outro discurso. Convence-te, então, de que tudo que dissesses em contrário seriam palavras vãs. Se, porém, ainda desejas declarar alguma coisa, declara-a.
Críton: - Nata tenho a declarar, Sócrates.
Sócrates: - Separemo-nos, então, estimado Críton, e sigamos pelo caminho por onde o deus nos guia. 
(Platão, 1999, p. 114. Coleção Os pensadores)
O caminho por onde o deus guiou Sócrates e guia a todos os seres humanos naturalmente em sua vida, independente da vontade, é o caminho em direção à morte. Foi por este caminho que Platão desde Eutífron dirigiu seu pensamento até chegar ao Fédon e por meio do qual ele mesmo se preparou para a morte de seu mestre na qual não estava presente no dia de seu acontecimento. Como também não estava presente nos diálogos escritos por si de Sócrates com seus ouvintes discípulos e adversários do conhecimento filosófico, os sofistas. Diálogos escritos que ele idealizou a partir de uma dialética dando forma ao pensamento de Sócrates tal como Platão ele mesmo pensava a partir de sua Ideia da filosofia, de Sócrates e da vida tal como deveria ser em suas virtudes preparando-se para a morte, para a separação da alma em relação ao corpo que é fim último da morte enquanto acontecimento e da filosofia ela mesma em sua verdade para Platão como uma separação da alma em relação ao corpo.

Se Platão faz no Fédon, em última instância, a defesa da filosofia das virtudes de Sócrates durante sua vida, é ao mesmo tempo que esta filosofia das virtudes se torna a filosofia das Ideias de Platão sobre a vida a partir da imortalidade da alma diante da morte. Uma vida que é propriamente a filosófica, a do filósofo em sua busca de conhecimentos que não são meramente opinativos sobre a vida, isto é que são uma opinião (doxa) que pode ser tanto falsa como verdadeira sobre a vida, mas que é opinião verdadeira (episteme), um conhecimento da verdade sobre a vida enquanto imortal numa terra verdadeira. A vida vivida pelos filósofos propriamente e por todos aqueles que almejam a sabedoria se preparando para a morte ao separar a alma do corpo e de seus desejos na terra vivendo de modo ascético como Sócrates no fim de sua vida.

Se a filosofia é para Platão neste sentido uma preparação para a morte, ela é já uma negação da morte ao pensamento no que diz respeito ao lugar no qual ele se faz presente, no caso, a alma. Uma negação radical que concebe a morte como algo natural ao corpo, mas que não é natural em relação à alma, que vive eternamente depois que se separa absolutamente do corpo e se expia no Tártaro antes de voltar à terra na qual vive no corpo ou seguir para uma terra verdadeira para viver ao lado dos deuses, como Platão acreditava que Sócrates viveria e todos aqueles que forem filósofos virtuosos como ele. É a radical negação da morte, em particular da morte de Sócrates, de sua filosofia e da filosofia ela mesma a partir dele, a Ideia de Platão, não aceitar que a morte faça parte da vida da alma, que a vida da alma seja sempre maior do que a vida do corpo, que a vida da alma seja imortal em sua grandeza diante da pequenez da vida do corpo na terra, que ela sobreviva em sua essência em detrimento de tudo que aconteça a ela na aparência de seu corpo até conseguir se separar dele por meio da morte e da terra em que vive com todas as suas imperfeições.
 
A verdade assim filosófica de Platão sobre a filosofia enquanto preparação para a morte é que a vida em sua alma, isto é, em sua essência, não pode ser esquecida, não pode ser ocultada, não poder ser velada no corpo e na terra, que ela deve ser livre deles e viver eternamente na memória e na lembrança de todos como uma Ideia eterna, perene, imutável, pois viver é melhor do que sonhar cantaria Platão se estivesse vivo e ouvisse a música Como nossos pais de Belchior na voz de Elis Regina, ou mesmo cantaria Sócrates aos seus discípulos ao se despedir deles e da vida em vez de cantar as fábulas de Esopo em metro cantado ou um hino a Apolo, ou ainda, em vez de cantar a filosofia como a música mais sublime de todas.

A filosofia de Platão enquanto preparação para a morte é, enfim, a filosofia de uma despedida do discípulo em relação ao mestre e de todos nós aos mortos num aceno de adeus, com olhos lacrimejados e corpo fremido em prantos, a filosofia do desencanto do corpo agora sem alma, sem vida, imóvel na terra, inumado, inumano, morto. É a filosofia da morte, mas também a filosofia da vida em seu encanto que continua viva para sempre na reminiscência como nossos pais...


Um comentário:

  1. Ele tem um elenco excelente! Uma história muito bem executada (um filme que tem que assisitr da HBO ONLINE ) , interessante! A premissa do filme é simples, mas a execução é impecável. Temos algumas tomadas memoráveis e trilha sonora de primeiríssima, mas seu ponto mais forte está nos diálogos, que retratam bem o período no qual a película é situada sendo ao mesmo tempo modernos e ainda relevantes. Também há uma certa sensação claustrofóbica por não se ter para onde fugir e o fato da gravação ter boa parte sido feita em locação (ao invés de estúdio) ajuda nisso, pois percebe-se que estamos definitivamente diante de um ambiente gelado e que isso não é mera obra de computação gráfica. O elenco também está afiadíssimo, com destaque especial para Samuel L. Jackson, que pode muito bem estar diante de uma possível indicação ao Oscar, ainda que não se possa descartar nenhum dos atores para a honraria.

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