Retiro espiritual na internet
É comum no final do ano, as pessoas ficarem mais espirituosas, preocupadas com isto que elas nunca veem ou apenas de vez em quando chamado espÃrito, que os gregos chamavam de ânima, isto é, alma. Mesmo invisÃvel o espÃrito está lá e de vez em quando o espreitamos por livre e espontânea pressão.
Em tempos de novas tecnologias, cada vez mais, porém, o retiro espiritual tão comum nos fins de ano, tem se tornado costumeiro e com novos aspectos, realizado de modo cada vez mais virtual. Poucos se dão conta dele e que estão cada vez mais retirados em si mesmo na internet em preces e orações na frente de seu smartphone, tablet, netbook ou desktop. A pose quase sempre a mesma daqueles que se põe prostrados a pensar em si mesmos ou a olhar o horizonte. No caso dos smartphone, as mãos conjuntas em oração à tela do aparelho.
Não é difÃcil ver que este tipo de postura demonstra um retiro espiritual: o silêncio, a atenção ao que se espreita longe, a inércia cadavérica ao que rodeia, o espÃrito que vaga alhures pelos caminhos do além em si mesmo. Na mesa do café da manha, no almoço, no jantar, no bar, no restaurante, no parque, andando, dirigindo, na cama antes de dormir ou ao acordar, no banheiro, cada um cultua a si mesmo em seu retiro espiritual na internet.
A internet tem o poder hoje de produzir em nós este retiro espiritual que somente a religião, a filosofia, a ciência e mesmo a arte conseguia produzir até pouco tempo. E para aqueles que veem na palavra espiritual algo apenas religioso, advirto que não se trata simplesmente disto. O espÃrito não se compraz apenas com uma divindade. Há muito a filosofia, a ciência e a arte recolhem o espÃrito em si mesmo e que hoje a internet faz tão bem. Engana-se neste sentido quem pensa que as pessoas estão mais dispersas. Talvez seu olhar sim, pois o mundo a sua volta já não lhe faz mais contemplar como antes, quando olhar além do horizonte era espraiar a vista além mar ou paragens e montanhas de um interior para o qual se ia por algum tempo para arejar a mente. O que a vista alcança agora são linhas de tempo diferentes em diferentes mÃdias e redes em vez de ondas, paragens ou montanhas tamanho o costume que temos agora para olharmos os enquadramentos. De modo que o mundo, antes visto quadrado por muitos, depois redondo outros tantos, agora é retangular nos dispositivos móveis que o movimentam em móbile perpétuo.
Há mais concentração a cada olhar na tela do que dispersão. O espÃrito vagueia em si mesmo mais do que se distrai olhando o mundo pela internet, esta luneta de Galileu virada ao contrário. E não é o mundo que olhamos por meio dela, mas a si mesmo a cada momento refletido nos algoritmos que dizem o que fizemos a cada momento, estes números que como pensava Pitágoras desvendaria quem somos e para o qual os números eram mais expressão do espÃrito das coisas do que das coisas mesmas. Ou ainda, eram as coisas mesmas em espÃrito.
Assim, somos nós hoje em nosso retiro espiritual na internet espreitando coisas que são, na verdade, números que a cada vez se compõem para nos mostrar o mundo de uma forma diferente em sua retangularidade. Cada um em seu lugar de repouso olhando o horizonte de si mesmo contemplando o espÃrito que se retira e vaga virtualmente.
Em tempos de novas tecnologias, cada vez mais, porém, o retiro espiritual tão comum nos fins de ano, tem se tornado costumeiro e com novos aspectos, realizado de modo cada vez mais virtual. Poucos se dão conta dele e que estão cada vez mais retirados em si mesmo na internet em preces e orações na frente de seu smartphone, tablet, netbook ou desktop. A pose quase sempre a mesma daqueles que se põe prostrados a pensar em si mesmos ou a olhar o horizonte. No caso dos smartphone, as mãos conjuntas em oração à tela do aparelho.
Não é difÃcil ver que este tipo de postura demonstra um retiro espiritual: o silêncio, a atenção ao que se espreita longe, a inércia cadavérica ao que rodeia, o espÃrito que vaga alhures pelos caminhos do além em si mesmo. Na mesa do café da manha, no almoço, no jantar, no bar, no restaurante, no parque, andando, dirigindo, na cama antes de dormir ou ao acordar, no banheiro, cada um cultua a si mesmo em seu retiro espiritual na internet.
A internet tem o poder hoje de produzir em nós este retiro espiritual que somente a religião, a filosofia, a ciência e mesmo a arte conseguia produzir até pouco tempo. E para aqueles que veem na palavra espiritual algo apenas religioso, advirto que não se trata simplesmente disto. O espÃrito não se compraz apenas com uma divindade. Há muito a filosofia, a ciência e a arte recolhem o espÃrito em si mesmo e que hoje a internet faz tão bem. Engana-se neste sentido quem pensa que as pessoas estão mais dispersas. Talvez seu olhar sim, pois o mundo a sua volta já não lhe faz mais contemplar como antes, quando olhar além do horizonte era espraiar a vista além mar ou paragens e montanhas de um interior para o qual se ia por algum tempo para arejar a mente. O que a vista alcança agora são linhas de tempo diferentes em diferentes mÃdias e redes em vez de ondas, paragens ou montanhas tamanho o costume que temos agora para olharmos os enquadramentos. De modo que o mundo, antes visto quadrado por muitos, depois redondo outros tantos, agora é retangular nos dispositivos móveis que o movimentam em móbile perpétuo.
Há mais concentração a cada olhar na tela do que dispersão. O espÃrito vagueia em si mesmo mais do que se distrai olhando o mundo pela internet, esta luneta de Galileu virada ao contrário. E não é o mundo que olhamos por meio dela, mas a si mesmo a cada momento refletido nos algoritmos que dizem o que fizemos a cada momento, estes números que como pensava Pitágoras desvendaria quem somos e para o qual os números eram mais expressão do espÃrito das coisas do que das coisas mesmas. Ou ainda, eram as coisas mesmas em espÃrito.
Assim, somos nós hoje em nosso retiro espiritual na internet espreitando coisas que são, na verdade, números que a cada vez se compõem para nos mostrar o mundo de uma forma diferente em sua retangularidade. Cada um em seu lugar de repouso olhando o horizonte de si mesmo contemplando o espÃrito que se retira e vaga virtualmente.
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