Dilma, o PT, e a biopolítica no Brasil
Hoje todos os oposicionistas de Dilma-PT estão reclamando da decisão dela em aumentar o Bolsa Família e corrigir o Imposto de Renda, alguns dizendo que é populismo, outros manobra de campanha para diminuir a queda dos índices e ganhar o voto daqueles que muitos não querem ver OS POBRES e TRABALHADORES, estes que são aqueles que mais ganham com as decisões tomadas por ela, para o bem ou para o mal, e pelo Partido dos Trabalhadores e, porque não dizer, dos Miseráveis também desde que chegou ao poder.
Populista ou não, eleitoreira ou não, a questão para mim mais importante é: quem realmente ganha com esta decisão? E a resposta, simples: OS POBRES E OS TRABALHADORES. Pois qual é o partido que vai ser contra isto? E qual o partido que mesmo que ganhe vai tirar isto ou mesmo querer tirar isto?
Isto é definitivamente o mais importante a ser discutido, principalmente, porque no Brasil se tem ojeriza aos pobres, a qualquer coisa que se faça por eles, para eles. Existe uma cultura de inferioridade que muitos falam em relação ao brasileiro neste sentido que não é somente dele se sentir inferior, é também de inferiorizar, principalmente os pobres, fazendo eles se sentirem cada vez mais pobres.
E aí, um fato importante sobre o bolsa família em específico, que somente pude perceber recentemente através de minha recente leitura do livro de Michel Foucault, Nascimento da Clínica.
Geralmente, criticamos o fato dos políticos copiarem os americanos e europeus em tudo. Mas, fato interessante, o bolsa família foi particularmente uma política pensada e implementada pelo neoliberalismo franco-americano que Foucault analisa em 1979 e implementada pelo neoliberal PSDB com Fernando Henrique Cardoso para sua reeleição em 98!!! E já no ano de 1979 Foucault expõe e defende aquilo que hoje ojerizamos: dar dinheiro aos pobres (curiosamente, somos o segundo país mais católico do mundo, e talvez o mais cristão, considerando as diversas defesas do cristianismo no Brasil, que pagam altos dízimos, mas tem horror a dar dinheiro a pobre (?))
A defesa de Foucault, que é a defesa neoliberal também, e dos cristão mesmo sem fazerem isto, é bem simples: ajudar principalmente aqueles que por algum infortúnio na vida chegou ao extremo limite da pobreza, para que eles possam, no mínimo, sobreviver com alguma dignidade e que possam ascender como seres humanos, por ventura, a partir deste incentivo buscando algum trabalho, e, mesmo que não ascenda, por exemplo, pelo trabalho, não querendo portanto trabalhar, só ficar vivendo da bolsa, que ele VIVA!
Em outras palavras, dentro daquilo que Foucault chama de biopolítica (vitalpolitik), termo utilizado pelos neoliberais alemão pós-segunda guerra, trata-se de MANTER VIVO OS POBRES, mesmo que eles sejam e queiram se manter pobres. Não negligenciá-los, não desmerecê-los, não desrespeitá-los como muitos os fazem dizendo-os ignorantes, enfim, não ter preconceitos contra ele, sua perspectiva de vida, por mais decadente que seja.
E não é isso que é ser cristão? Não é isso que o neoliberalismo busca mantendo os pobres mesmo como reserva de mercado? Não é isso que é a política em sua defesa da cidade, de quem vive na cidade, dos cidadãos?
Questione quem quiser a postura de Dilma, é esta a postura que se espera de um político, é esta a postura que se espera de todo e qualquer partido político, é esta a postura que se espera de todo e qualquer cidadão. Para ela, com certeza, não foi a melhor atitude, pode até não ser eleita por causa disto, sendo taxada de populista, desesperada, uma mulher no fim ao cabo que não sabe governar o Brasil etc.. O FHC fez isto e ninguém chamou ele de populista, de eleitoreiro, de despreparado, e foi ele e o PSDB quem inventaram esta forma de governar populista no Brasil democrático e não o PT como muitos dizem. Mas, com certeza, o PT e, principalmente, o Lula tinha e tem mais empatia com os pobres e trabalhadores do que o FHC, do que o Aécio, do que o Eduardo Campos, pois, de fato, não defendem os pobres, somente a si mesmos, e seus empreendimentos políticos.
Por fim, da mesma forma que fez FHC, fez Lula e fez Dilma agora, esta mesma decisão qualquer dos outros dois candidatos também tomarão se se elegerem e estiverem como presidente do Brasil, pois não se trata simplesmente de uma decisão "populista", mas de uma política neoliberal que já é quase centenária, desde a crise de 1929, que, se vivemos hoje é porque nunca, neste país se viveu democraticamente, isto é, nunca se governou para o povo, pensando no povo, e tão pouco vivemos o neoliberalismo de fato com todas as suas necessidades de enfrentamento de suas crises como vivemos nos últimos 20 anos desde que Fernando Henrique Cardoso com a sua política econômica nos fez literalmente entrar no capitalismo contemporâneo neoliberal, para o bem e para o mal. E, desde que ele fez isto, é esta a biopolítica no Brasil, a mesma adotada em muitos países que passaram e passam pela mesma crise, com a diferença que é no Brasil e, infelizmente, os nossos políticos não são melhores do que os outros ou pelo menos iguais aos dos outros países.
Infelizmente, decisões como estas somente vêm em períodos como estes e Dilma e o PT é a expressão de uma biopolítica no Brasil que somente se interessa pelos pobres e trabalhadores em ano eleitoral quando deveriam ser decisões tomadas a cada momento, ano a ano para nos tornarmos realmente um país de todos e não apenas dos políticos.
Populista ou não, eleitoreira ou não, a questão para mim mais importante é: quem realmente ganha com esta decisão? E a resposta, simples: OS POBRES E OS TRABALHADORES. Pois qual é o partido que vai ser contra isto? E qual o partido que mesmo que ganhe vai tirar isto ou mesmo querer tirar isto?
Isto é definitivamente o mais importante a ser discutido, principalmente, porque no Brasil se tem ojeriza aos pobres, a qualquer coisa que se faça por eles, para eles. Existe uma cultura de inferioridade que muitos falam em relação ao brasileiro neste sentido que não é somente dele se sentir inferior, é também de inferiorizar, principalmente os pobres, fazendo eles se sentirem cada vez mais pobres.
E aí, um fato importante sobre o bolsa família em específico, que somente pude perceber recentemente através de minha recente leitura do livro de Michel Foucault, Nascimento da Clínica.
Geralmente, criticamos o fato dos políticos copiarem os americanos e europeus em tudo. Mas, fato interessante, o bolsa família foi particularmente uma política pensada e implementada pelo neoliberalismo franco-americano que Foucault analisa em 1979 e implementada pelo neoliberal PSDB com Fernando Henrique Cardoso para sua reeleição em 98!!! E já no ano de 1979 Foucault expõe e defende aquilo que hoje ojerizamos: dar dinheiro aos pobres (curiosamente, somos o segundo país mais católico do mundo, e talvez o mais cristão, considerando as diversas defesas do cristianismo no Brasil, que pagam altos dízimos, mas tem horror a dar dinheiro a pobre (?))
A defesa de Foucault, que é a defesa neoliberal também, e dos cristão mesmo sem fazerem isto, é bem simples: ajudar principalmente aqueles que por algum infortúnio na vida chegou ao extremo limite da pobreza, para que eles possam, no mínimo, sobreviver com alguma dignidade e que possam ascender como seres humanos, por ventura, a partir deste incentivo buscando algum trabalho, e, mesmo que não ascenda, por exemplo, pelo trabalho, não querendo portanto trabalhar, só ficar vivendo da bolsa, que ele VIVA!
Em outras palavras, dentro daquilo que Foucault chama de biopolítica (vitalpolitik), termo utilizado pelos neoliberais alemão pós-segunda guerra, trata-se de MANTER VIVO OS POBRES, mesmo que eles sejam e queiram se manter pobres. Não negligenciá-los, não desmerecê-los, não desrespeitá-los como muitos os fazem dizendo-os ignorantes, enfim, não ter preconceitos contra ele, sua perspectiva de vida, por mais decadente que seja.
E não é isso que é ser cristão? Não é isso que o neoliberalismo busca mantendo os pobres mesmo como reserva de mercado? Não é isso que é a política em sua defesa da cidade, de quem vive na cidade, dos cidadãos?
Questione quem quiser a postura de Dilma, é esta a postura que se espera de um político, é esta a postura que se espera de todo e qualquer partido político, é esta a postura que se espera de todo e qualquer cidadão. Para ela, com certeza, não foi a melhor atitude, pode até não ser eleita por causa disto, sendo taxada de populista, desesperada, uma mulher no fim ao cabo que não sabe governar o Brasil etc.. O FHC fez isto e ninguém chamou ele de populista, de eleitoreiro, de despreparado, e foi ele e o PSDB quem inventaram esta forma de governar populista no Brasil democrático e não o PT como muitos dizem. Mas, com certeza, o PT e, principalmente, o Lula tinha e tem mais empatia com os pobres e trabalhadores do que o FHC, do que o Aécio, do que o Eduardo Campos, pois, de fato, não defendem os pobres, somente a si mesmos, e seus empreendimentos políticos.
Por fim, da mesma forma que fez FHC, fez Lula e fez Dilma agora, esta mesma decisão qualquer dos outros dois candidatos também tomarão se se elegerem e estiverem como presidente do Brasil, pois não se trata simplesmente de uma decisão "populista", mas de uma política neoliberal que já é quase centenária, desde a crise de 1929, que, se vivemos hoje é porque nunca, neste país se viveu democraticamente, isto é, nunca se governou para o povo, pensando no povo, e tão pouco vivemos o neoliberalismo de fato com todas as suas necessidades de enfrentamento de suas crises como vivemos nos últimos 20 anos desde que Fernando Henrique Cardoso com a sua política econômica nos fez literalmente entrar no capitalismo contemporâneo neoliberal, para o bem e para o mal. E, desde que ele fez isto, é esta a biopolítica no Brasil, a mesma adotada em muitos países que passaram e passam pela mesma crise, com a diferença que é no Brasil e, infelizmente, os nossos políticos não são melhores do que os outros ou pelo menos iguais aos dos outros países.
Infelizmente, decisões como estas somente vêm em períodos como estes e Dilma e o PT é a expressão de uma biopolítica no Brasil que somente se interessa pelos pobres e trabalhadores em ano eleitoral quando deveriam ser decisões tomadas a cada momento, ano a ano para nos tornarmos realmente um país de todos e não apenas dos políticos.
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