A imagem da justiça
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Presente na frente do prédio da última instância da Justiça brasileira é óbvio que ela está ali como sua representação clara e inequívoca para quem quiser ver. E aí reside o problema pois se esta imagem demonstra a imparcialidade da justiça representada pelos olhos vendados, ou ainda a força necessária à execução de suas decisões, ela não demonstra a ponderação tão necessária aos juízes e que é fundamental para que eles sejam imparciais quanto às decisões.
Sem a ponderação como fundamento podemos dizer que a justiça, não apenas a brasileira representada nesta estátua, perde a sua capacidade de estabelecer uma decisão justa, pois sem uma balança enquanto instrumento de medida, ela passa a decidir sem equilíbrio, muitas vezes motivada por desejos do que é "justo" e "injusto" de um ponto de vista cego. Neste sentido, se a justiça deve ser cega em seus julgamentos, ela não pode prescindir de meios que evitem que sua cegueira não represente um total desconhecimentos dos fatos.
Lembrando um fato conhecido de Diógenes Laércio em que ele saía durante o dia com uma lanterna procurando homens virtuosos em seu cinismo marcante, podemos dizer que ele sabia muito bem que, mesmo com olhos abertos, precisamos de meios que nos façam ver melhor a verdade. O que não parece ser o caso da imagem da justiça brasileira a qual tem como único instrumento uma espada que serve tanto para descobrir a verdade pela força como para impor uma verdade, o que parece óbvio no caso brasileiro atual, haja vista a representação desta justiça na sociedade, a saber, a polícia militar e suas recentes demonstrações de como conseguir a verdade sob tortura e como impor a verdade do governo pela repressão excessiva.
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