A grande escolha de um time

A grande escolha (Draft Day, 2014), é um grande filme. Mesclando o drama de jogadores prestes a serem selecionados, de um técnico que quer um bom time, de um jogador prestes a ser substituído, de jogadores antigos, do presidente do time ansioso por lucros maiores, além de toda a expectativa de torcedores, o filme gira em torno de Sonny, gerente de um time de futebol do qual o pai, recém falecido, foi técnico durante anos sem vencer um campeonato e que, em volta com questões emocionais com a namorada grávida também funcionária, tem a difícil tarefa de escolher o time da próxima temporada.

Dirigido por Ivan Reitman e com Kevin Costner no papel do gerente Sonny Weaver, ele é emocionante do início ao fim mostrando os bastidores da seleção (draft) dos jogadores NFL, liga de futebol americano, uma seleção de jogadores feita a cada início de temporada que tem como principal diferencial dar a prioridade aos últimos colocados no ano anterior de escolherem primeiro os jogadores para a próxima temporada entre todos os escritos. Durante 24 horas, o filme mostra a cada passar das horas o que Sonny faz para fazer suas escolhas demonstrando que escolher um time não depende tanto das estatísticas que tanto embasam os comentários esportivos em vários esportes, apesar de serem parte importante nas escolhas.  Mais ainda, demonstrando que as decisões que tomamos em nossas vidas é muito mais do que uma escolha de alternativas ou de caminhos a serem seguidos, pois diz respeito ao que desejamos ser e como ser lembrados.

Cada ação, presente ou passada, conta neste aspecto para as decisões que se referem, sobretudo, ao futuro e são, como todoO que isto é sefazer a grande escolha. futuro, como diz Derrida, aterrorizante. Bem como contam as decisões para as futuras decisões que não cessam após uma primeira escolha, além das intuições que todo bom gerente deve ter. Decisões que vão além de números estatísticos e fazem deste filme ser bastante diferente e mesmo o oposto ao filme O homem que mudou o jogo (Moneyball, 2011), de Bennet Miller, com Brad Pitt, e muito semelhante ao filme Curvas da vida (Trouble with the Curve, 2012), de

O fato do filme não mostrar o que acontece com o time após as escolhas do gerente Sonny demonstra que a escolha de um time não tem nada ver com vitórias, pois o futuro permanece aberto a cada decisão que tomamos. Não sabemos o que vai acontecer a cada escolha que fazemos e cada pequena ação que a influencia como cada decisão que se segue a ela é um acontecimento singular e inesperado. O que, neste sentido, dizer que sabemos o que fazemos não quer dizer que o que sabemos que fazemos será necessariamente certo daqui há algum tempo.

A seleção (draft), natural, social ou de jogadores, não é algo absoluto e determinado, mas variável a cada mudança de situação e perceber as reviravoltas das situações é imprescindível para fazer a grande escolha em cada situação e não com base num determinismo que se apresente segundo uma determinada perspectiva evolutiva ou progressiva, pois há sempre a possibilidade de regressos e involução a cada escolha, em cada seleção.

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