Então, é Natal!... E daí?
No shopping ontem para manter a tradição brasileira natalina de compra tudo de última hora, vivi todo o espírito natalino numa única tarde e, para começar, passemos ao fim.
A época de Natal é a melhor para o comércio. Não importa a crise ou pesquisas demonstrarem que nesta época as pessoas dizem que vão comprar menos. Apenas dizem, pois, como todo "bom" político, prometem, mas não cumprem. E, neste sentido, o Natal é uma época de renascimento, não apenas religioso, mas também do comércio que espera sempre passar o 25 de dezembro mais gordo do que peru (ou Chester? Ou Fiesta? Ou pernil?) de Natal. Obviamente, com um final diferente que o peru e seus congêneres têm.
Abarrotados, os shoppings seguem a tradição de serem os lugares mais frequentados neste período. Durante esta época, uma família passa pelo menos um dia, ou mais dependendo das compras, dentro de um shopping numa peregrinação tão cansativa com as romarias de muitos fiéis. E há aqueles que levam suas orações, isto é, listas de compras à risca, recitando-a cada momento na cabeça ou lendo nos papéis dobrados ou telas de eletrônicos. Mal de arquivo: é mais importante lembrar para quem vai comprar o presente do que do presente mesmo, tanto é que alguns presentes são chamados não por menos de lembranças, também das ausências durante todo o ano.
Já no terceiro shopping em menos de 24 horas, e provavelmente indo para um quarto se as lembranças não se tornassem presentes, a saída do shopping já demonstrava o espírito natalino com as pessoas todas juntas na fila para entrar no terminal e em busca de táxi. A espera de um, uma mulher com uma senhora fez questão de demonstrar seu espírito natalino. "Lá vem um (táxi). Esse eu não deixo ninguém pegar, não. Já deixei três pessoas pegarem na minha frente. Agora é minha vez.", disse ela quase me empurrando para trás com toda a delicadeza natalina do amor ao próximo.
Dentro do shopping, horas antes, muitas horas antes, confinado como muitos às compras naquele recinto, deparei-me novamente com este espírito benfazejo na fila de uma loja tão grande como a do Papai Noel em que pais dedicados esperavam para por no colo do "bom velhinho". Enquanto não me divertia segurando produtos depois de andar quilômetros, ouço então aquelas vozes cheias de "razão" dizendo as palavras mágicas que qualquer um quer escutar numa fila: "Você é preferencial. Não precisa ficar aqui na fila não." No caso, era uma mulher indignada porque sua mãe está na fila enquanto podia avançar e tomar a dianteira naquela corrida dos desesperados. E mesmo sua mãe relutando em ir ela fez questão de levá-la e respeitosamente como todo cão de guarda foi logo gritando que ela era idosa e que tinha de ser atendida logo, neste momento, o espírito natalino recaindo sobre os mais próximos que saudaram sua fala, um dos agraciados com a dádiva da benevolência sugerindo que ela estava se aproveitando da "boa velhinha" para passar à frente de todos.
Óbvio que era verdade, pois era a velhinha que estava na fila e não a filha caridosa, mas não crente nisto, e em defesa de sua honra, começou-se as honrarias de costume quando acontece este tipo de coisa numa fila. Curiosamente, apesar da filha ter feitos vitupérios contra a pessoa que desvendou sua artimanha, o que mais me surpreendeu foi a atitude da "boa velhinha" que no auge de sua maturidade, demonstrou o bom e velho espírito natalino como nunca antes tinha visto e ouvido. Repito as palavras da boa senhora: "Isso aí é porque ela levou chifres!!! Chifruda! Isso é porque ela é gorda. Olha só a barriga dela. Baleia! Gostou do chifre, não foi filha? Baleia!..."
Bem, não é Natal se não existir o amor ao próximo como se pode perceber nas belas palavras da velhinha tão amistosa quanto um cacto e na crença que muitos têm no Papai Noel ou não, pois até nesta época tem os ateus da boa vontade alheia que insistem em destruir esta figura tão carismática e mais COMUNISTA de todas com sua roupa toda vermelha e a dar presente para todos, em vez de vendê-los e ficar rico, sem distinguir classes sociais, sexo, gênero ou etnia. O mais impressionante é o motivo, como vi muitos nestes dias, ao dizer que ele é o símbolo do consumismo (como assim se ele dá em vez de vender?) o que faz muitos cometerem o sacrilégio de dizer aos seu filhos que PAPAI NOEL NÃO EXISTE!!! Em contrapartida dizendo que o presente foi comprado por eles mesmos, os pais. Muito legal: sai a mitologia do bom velhinho para a dos pais egoístas e do mercado individualista considerando que assim estão livrando as pobres criancinhas desta besteirada toda de Papai Noel. Afinal, para que iludir as crianças, não é mesmo? Melhor explicar para as crianças como é a vida capitalista de cada dia em que pais tem que trabalhar duro para gastar todo o 13º no final do ano e ainda pagar escola, IPVA, IPTU e ainda ter filhos!!!
Curioso neste espírito natalino de muitos pais afetos à realidade é que, segundo uma recente pesquisa, a maioria dos adultos querem ganhar de presente de "Papai Noel" um smartphone, o que demonstra que nem eles aguentam mais ganhar roupas e querem voltar a ser crianças e ganharam brinquedos para brincarem o dia todo nos aplicativos da vida. Ou seja, morre o bom velhinho comunista, mas continua a tradição de ganhar brinquedo no Natal, pelo menos para as crianças ou para os adultos infantis e sua vã filosofia.
Enfim, então, é Natal! Época de cultuarmos o amor a nós mesmos nos presentes que damos e que não damos, lembrando sempre do próximo bem distante da gente e esperar o Ano Novo para sermos felizes para sempre mesmo com todas as dívidas desta época! Que todos sejam felizes nesta época como estas pessoas com as quais me deparei no shopping e lembrei nesta data, tão representantes do espírito natalino de hoje em dia e que servem de exemplo para todos aqueles que querem festejar o Natal com paz e amor no coração seguindo a tradição.
A época de Natal é a melhor para o comércio. Não importa a crise ou pesquisas demonstrarem que nesta época as pessoas dizem que vão comprar menos. Apenas dizem, pois, como todo "bom" político, prometem, mas não cumprem. E, neste sentido, o Natal é uma época de renascimento, não apenas religioso, mas também do comércio que espera sempre passar o 25 de dezembro mais gordo do que peru (ou Chester? Ou Fiesta? Ou pernil?) de Natal. Obviamente, com um final diferente que o peru e seus congêneres têm.
Abarrotados, os shoppings seguem a tradição de serem os lugares mais frequentados neste período. Durante esta época, uma família passa pelo menos um dia, ou mais dependendo das compras, dentro de um shopping numa peregrinação tão cansativa com as romarias de muitos fiéis. E há aqueles que levam suas orações, isto é, listas de compras à risca, recitando-a cada momento na cabeça ou lendo nos papéis dobrados ou telas de eletrônicos. Mal de arquivo: é mais importante lembrar para quem vai comprar o presente do que do presente mesmo, tanto é que alguns presentes são chamados não por menos de lembranças, também das ausências durante todo o ano.
Já no terceiro shopping em menos de 24 horas, e provavelmente indo para um quarto se as lembranças não se tornassem presentes, a saída do shopping já demonstrava o espírito natalino com as pessoas todas juntas na fila para entrar no terminal e em busca de táxi. A espera de um, uma mulher com uma senhora fez questão de demonstrar seu espírito natalino. "Lá vem um (táxi). Esse eu não deixo ninguém pegar, não. Já deixei três pessoas pegarem na minha frente. Agora é minha vez.", disse ela quase me empurrando para trás com toda a delicadeza natalina do amor ao próximo.
Dentro do shopping, horas antes, muitas horas antes, confinado como muitos às compras naquele recinto, deparei-me novamente com este espírito benfazejo na fila de uma loja tão grande como a do Papai Noel em que pais dedicados esperavam para por no colo do "bom velhinho". Enquanto não me divertia segurando produtos depois de andar quilômetros, ouço então aquelas vozes cheias de "razão" dizendo as palavras mágicas que qualquer um quer escutar numa fila: "Você é preferencial. Não precisa ficar aqui na fila não." No caso, era uma mulher indignada porque sua mãe está na fila enquanto podia avançar e tomar a dianteira naquela corrida dos desesperados. E mesmo sua mãe relutando em ir ela fez questão de levá-la e respeitosamente como todo cão de guarda foi logo gritando que ela era idosa e que tinha de ser atendida logo, neste momento, o espírito natalino recaindo sobre os mais próximos que saudaram sua fala, um dos agraciados com a dádiva da benevolência sugerindo que ela estava se aproveitando da "boa velhinha" para passar à frente de todos.
Óbvio que era verdade, pois era a velhinha que estava na fila e não a filha caridosa, mas não crente nisto, e em defesa de sua honra, começou-se as honrarias de costume quando acontece este tipo de coisa numa fila. Curiosamente, apesar da filha ter feitos vitupérios contra a pessoa que desvendou sua artimanha, o que mais me surpreendeu foi a atitude da "boa velhinha" que no auge de sua maturidade, demonstrou o bom e velho espírito natalino como nunca antes tinha visto e ouvido. Repito as palavras da boa senhora: "Isso aí é porque ela levou chifres!!! Chifruda! Isso é porque ela é gorda. Olha só a barriga dela. Baleia! Gostou do chifre, não foi filha? Baleia!..."
Bem, não é Natal se não existir o amor ao próximo como se pode perceber nas belas palavras da velhinha tão amistosa quanto um cacto e na crença que muitos têm no Papai Noel ou não, pois até nesta época tem os ateus da boa vontade alheia que insistem em destruir esta figura tão carismática e mais COMUNISTA de todas com sua roupa toda vermelha e a dar presente para todos, em vez de vendê-los e ficar rico, sem distinguir classes sociais, sexo, gênero ou etnia. O mais impressionante é o motivo, como vi muitos nestes dias, ao dizer que ele é o símbolo do consumismo (como assim se ele dá em vez de vender?) o que faz muitos cometerem o sacrilégio de dizer aos seu filhos que PAPAI NOEL NÃO EXISTE!!! Em contrapartida dizendo que o presente foi comprado por eles mesmos, os pais. Muito legal: sai a mitologia do bom velhinho para a dos pais egoístas e do mercado individualista considerando que assim estão livrando as pobres criancinhas desta besteirada toda de Papai Noel. Afinal, para que iludir as crianças, não é mesmo? Melhor explicar para as crianças como é a vida capitalista de cada dia em que pais tem que trabalhar duro para gastar todo o 13º no final do ano e ainda pagar escola, IPVA, IPTU e ainda ter filhos!!!
Curioso neste espírito natalino de muitos pais afetos à realidade é que, segundo uma recente pesquisa, a maioria dos adultos querem ganhar de presente de "Papai Noel" um smartphone, o que demonstra que nem eles aguentam mais ganhar roupas e querem voltar a ser crianças e ganharam brinquedos para brincarem o dia todo nos aplicativos da vida. Ou seja, morre o bom velhinho comunista, mas continua a tradição de ganhar brinquedo no Natal, pelo menos para as crianças ou para os adultos infantis e sua vã filosofia.
Enfim, então, é Natal! Época de cultuarmos o amor a nós mesmos nos presentes que damos e que não damos, lembrando sempre do próximo bem distante da gente e esperar o Ano Novo para sermos felizes para sempre mesmo com todas as dívidas desta época! Que todos sejam felizes nesta época como estas pessoas com as quais me deparei no shopping e lembrei nesta data, tão representantes do espírito natalino de hoje em dia e que servem de exemplo para todos aqueles que querem festejar o Natal com paz e amor no coração seguindo a tradição.
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